O cenário de atuação do Serviço Social está ligado ao objeto de trabalho do Assistente Social que é a “questão social” (que expressa o processo de produção e reprodução da vida social na sociedade burguesa) em suas novas bases de reprodução. Essas bases transformam-se de acordo com as novas formas de acumulação do capital alterando o padrão de acumulação capitalista, sob a égide da hegemonia do capital financeiro. Amplia-se assim, a competitividade intercapitalista nos mercados mundiais e nacionais, modificando as relações entre o Estado e a sociedade civil, conforme parâmetros estabelecidos por organismos internacionais, a partir do “Consenso de Washington”, em 1989, que recomendam uma ampla reforma do Estado, segundo diretrizes políticas de raiz neoliberal.
Em meados de 1970 com a crise nos modelos de produção tayloristas/fordistas ergue-se no que David Harvey qualifica de “acumulação flexível” impulsionadas pela revolução tecnológica em que verifica-se profundas alterações no âmbito da produção e comercialização, nas formas de gestão da força de trabalho, na estruturação dos serviços comerciais, financeiros e etc. As empresas passam a terceirizar mão-de-obra para enxugar o quadro pessoal, minimizar os direitos trabalhistas e ter profissionais polivalentes. Este processo atinge de forma particular também os Assistentes Sociais que por sua vez passam a ter múltiplas funções e deixam de ser um trabalhador especializado.
E o Estado diante disso?
O Estado também passa por essas mudanças através das políticas de reajuste, aderindo ao discurso do neoliberalismo, na qual temos como resultado o aumento do desemprego em massa e as privatizações. Ainda com relação ao Estado coloca-se em cheque dois pontos principais: primeiro que ele (o próprio Estado) é o causador de todos os problemas e o segundo mostra que o mercado e a iniciativa privada como a grande saída. O governo considera que o Estado deve deixar de ser “o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social” para se tornar promotor e regulador do desenvolvimento, transferindo para o setor privado, as atividades que possam ser controladas pelo mercado determinado pelo Plano Diretor de Reforma do Estado. A execução da Reforma do Estado choca-se, radicalmente, com as conquistas sociais obtidas na Carta Constitucional de 88. Os princípios de privatização, descentralização e focalização direcionam as ações no campo das políticas sociais públicas. Este processo amplia o espaço das grandes corporações empresariais e das organizações não governamentais – ONGs – na gestão e execução de políticas sociais, com amplas repercussões nas condições de trabalho e no mercado de trabalho especializado.
Interpretação particular do proprietário do blog do Livro de Iamamoto " O Serviço Social na Comtemporaneidade"
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